Esta não é uma sexta-feira como todas as outras. A data de hoje, 23 de junho, é especial. Um dia que precisa (e merece) ser celebrado, principalmente por nós, da ArcelorMittal. Hoje, comemora-se o Dia Internacional da Mulher na Engenharia. Criada pela Womens Engineering Society (WES), do Reino Unido, a data busca reafirmar e fortalecer o espaço que as engenheiras estão conquistando na profissão.
Contar histórias inspiradoras é essencial para estimular a presença feminina na engenharia e mostrar que o lugar das mulheres no mercado de trabalho é onde elas desejam estar. Hoje, vamos conhecer um pouco mais da trajetória de Hélen Santos, de 24 anos. Natural de Vitória (ES), a estudante de Engenharia Sanitária e Ambiental está na unidade de Tubarão da ArcelorMittal desde março de 2023.
A influência dos irmãos
Caçula de quatro irmãos, Hélen passou a infância na companhia de Bruna, Luciana e Walisson. Desde cedo, acompanhava a rotina de estudos dos mais velhos. Assim, naturalmente, começou a se aproximar da área de exatas, campo em que Walisson tinha muita facilidade. Mas ela não parou por aí. O interesse pelo conhecimento era tanto que, quando chegou à escola, era a única aluna da turma que já sabia ler e escrever.
“Eu tenho três irmãos, duas mulheres (Bruna e Luciana) e um homem (Walisson). Sou a caçula da família. Como minha mãe foi mãe-solo, passava boa parte do dia com meus irmãos e aprendi muito com eles. Justamente por isso, não fui para a creche e, quando entrei na escola, era a única aluna que chegou já sabendo ler e escrever. E meu irmão, Walisson, era muito bom em exatas. Então, acabei desenvolvendo o interesse e tendo muita facilidade nessa área”, comenta Hélen.
O interesse pela engenharia surgiu no ensino médio, na escola Almirante Barroso, na capital do Espírito Santo. O colégio também oferecia o ensino técnico aos alunos, o que fez Hélen descobrir e se aproximar da área ambiental.
“Como os primeiros anos de escola foram bem básicos, o ensino da matemática era o que mais chamava a minha atenção, por ser uma coisa diferente. Da quinta até a oitava série, tive professores muito bons. No Ensino Médio, estudei em uma escola que tinha ensino técnico, foi quando me aproximei do Meio Ambiente, que era uma área que já despertava o meu interesse”.
Dificuldades pelo caminho
Essencial para qualquer sociedade, a área da engenharia ainda é majoritariamente masculina. Mas o interesse feminino pela atividade tem aumentado, elevando o número de mulheres engenheiras. Segundo os últimos dados divulgados pelo Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura (Confea), 199.786 mulheres estavam registradas como engenheiras no Brasil no ano de 2022. O número corresponde a 19,3% do total de 1.035.103 profissionais da área.
Uma das principais dificuldades relatadas pelas mulheres é a falta de apoio. Isso pode acontecer dentro da família ou até mesmo entre os professores, que, pelo contrário, deveriam incentivar os alunos no momento da escolha profissional. Com Hélen não foi diferente.
“Escutei muitos comentários negativos. Diziam que engenharia era uma área muito masculina, que era mais fácil ser professora, cursar a faculdade de Administração. Mas eu não liguei para isso. Fui para a Engenharia, porque era o meu sonho, e hoje estou no IFES (Instituto Federal do Espírito Santo)”.
Palestrante do STEAM Girls
Ao lado da também estudante de Engenharia Sanitária e Ambiental Gabrielle Barcellos, Hélen criou um perfil no Instagram chamado @engenhariasambiental. Na conta, elas compartilham o conhecimento que estão adquirindo na área. O conteúdo chamou a atenção de Deborah de Mari, do Força Meninas, que convidou Hélen para dividir sua experiência com jovens garotas no STEAM Girls, que integra a Liga STEAM, uma estratégia da Fundação ArcelorMittal para a educação brasileira.
“Contei minha história de forma bem detalhada. Minha mãe sempre dizia que a gente tinha que estudar para conquistar coisas boas. Hoje, meus irmãos têm boas profissões e vou poder concluir a minha graduação. Mas também falei das dificuldades que passei. Todos nós sempre vamos escutar coisas negativas, mas não podemos desanimar”.
O STEAM Girls é uma expedição multidisciplinar, que visita cidades brasileiras e conta com oficinas práticas, peças teatrais e palestras com jovens inspiradoras que atuam nas áreas STEAM (sigla, em inglês, para Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática).
“É interessante motivá-las, porque temos meninas de 12 anos que dizem sonhar em ser astronautas. Esse trabalho é importante para que elas não fiquem frustradas e desanimem na caminhada. É muito difícil você se inspirar e se identificar com uma história longe da sua realidade. Ter uma história próxima da vivência delas é muito importante”, diz Hélen.
Uma estudante de engenharia na ArcelorMittal
Após participar de processo seletivo, Hélen entrou para ArcelorMittal Tubarão em março de 2023. No Meio Ambiente, trabalha com mais três profissionais, auxiliando na produção de relatórios, controle de planilhas, levantamento de informações sobre a produção de aço e estabelecendo contato com as áreas que tenham relação com o setor de Meio Ambiente da empresa. Para a estudante de Engenharia Sanitária e Ambiental do IFES, estar na maior produtora de aço do país é um sonho realizado.
“Não é por estar aqui, mas é um sonho realizado poder trabalhar na ArcelorMittal. Meu irmão foi menor aprendiz aqui. ‘Um dia eu vou estar lá’, eu ficava pensando. Não foi de primeira, mas, quando você consegue, fica sem acreditar. É uma empresa muito comentada no meu curso. Poder se ver aqui dentro, ainda mais como estudante, é muito importante. Deixar seu nome aqui, para se transformar profissionalmente, é fundamental para crescer na carreira”.
Hélen acredita que a ArcelorMittal tem contribuído para o aumento do número de mulheres na engenharia. Na data de hoje, ela reforça a importância de persistir para se tornar uma profissional de destaque.
“Aqui tem muita participação feminina, minha gerente é uma mulher. É muito importante para uma empresa do setor industrial que as mulheres tenham presença e voz ativas. Para as meninas, sei que é clichê, mas digo que não desistam dos seus sonhos. Seja a mudança que deseja ver no mundo, independentemente do que escuta. A responsável por seu sonho é você mesma. Não é porque você é mulher que vai deixar de buscar seu sonho em uma área predominantemente masculina. É estudar e se dedicar bastante, para não depender de ninguém e não desanimar pela opinião negativa dos outros. Se não for agora, a chance vem em um futuro próximo. E isso não é romantizar ou fantasiar a situação, é a verdade. Use toda opinião, positiva ou negativa, como combustível para buscar aquilo que você quer”.