Fevereiro de 2023 representa um capítulo importante na história de Juliane Oliveira. Natural do Recife (PE), a professora, que trabalha no Colégio GGE, na capital pernambucana, participou da I Conferência Internacional sobre Formação Contínua de Professores - ICTCE 23, no início de mês, na Universidade de Aveiro, em Portugal. O tema "Engenharia de novela e STEAM: percursos que dialogam com a inclusão e equidade" revelou suas pesquisas e seu trabalho como educadora STEAM.
A seleção para o evento veio após a participação do Coorte de Formação de Educadores da Liga STEAM, projeto conduzido ao longo do ano de 2022 pela Fundação ArcelorMittal em parceria com a Tríade Educacional. Centenas de inscritos participaram do processo seletivo do Coorte, que teve duas etapas. No fim, 50 educadores foram selecionados para participar do Programa e contribuir na produção de um e-book STEAM. E neste seleto grupo estava Juliane.
Na semana em que comemoramos o Dia da Menina e da Mulher na Ciência, tivemos um bate-papo com ela, que nos falou um pouco sobre sua história, experiência na universidade portuguesa e como o exemplo dela pode inspirar meninas que sonham em seguir nessa mesma trajetória. Incrível, não é? Confira!
Conta pra gente um pouco da sua história. De onde você é? Que tipo de criança e aluna você era na escola?
Eu nasci em Recife e sempre estudei em escolas da região. Era uma criança tímida, mas sempre gostei de atividades manuais, de inventar e criar.
Em qual momento de sua vida você decidiu seguir sua profissão? Como foi esse processo? Alguém a motivou a escolher o seu caminho profissional?
Conclui o ensino médio muito jovem, tinha 16 anos, mas não tinha ideia do que fazer. Por opção, fui para a área de educação em museus, na graduação em História. Nesse campo, passei sete anos. Depois, a partir de uma experiência temporária em uma editora, senti a necessidade de ter experiência em escolas. E assim foi. Primeiro, como arte educadora. Depois, professora de História. E, enfim, professora maker, palavra esta que sempre esteve presente em minha vida. Sempre falo nas aulas que tecnologia é o estudo da técnica. Logo, a tecelagem, os autômatos e até mesmo o que os primeiros seres humanos faziam com as pedras também é tecnologia. Meu processo de escolha profissional, portanto, foi a partir de experimentação.
Quanto tempo tem de profissão? Como foi seu início? E como está hoje?
Minha atuação em escolas é recente. Comecei em 2019. A abordagem STEAM entra nesse universo a partir das minhas experiências em sala de aula. Como estava fazendo o curso, decidi criar algumas aulas para colocar em prática o que estudava no Coorte. Hoje, atuo como educadora maker e procuro dialogar com essas abordagens nas aulas, assim como outras que tenho interesse.
Você já havia participado de algum congresso internacional antes?
Sim, o Fórum Mundial de Educação Profissional e Tecnológica: Educação, desenvolvimento e inclusão. Foi no ano de 2016, em Brasília.
Como decidiu ir para a área de pesquisa?
Fui para a área de pesquisa em alguns momentos da minha vida, já apresentei trabalhos em outros eventos. Fazendo o Coorte, apareceu a possibilidade de participar de eventos no Brasil e fora do país. Então, decidi tentar me inscrever em algum congresso em que pudesse apresentar algo sobre o STEAM.
Qual foi a importância da Fundação ArcelorMittal e da formação Coorte do Liga STEAM para esta conquista?
Ter participado da formação Coorte foi muito prazeroso. Uma seleção nacional, em que mais de 500 profissionais da educação estavam presentes. Ter sido selecionada em um grupo de 50 pessoas foi uma grata surpresa. Com essa jornada, eu pude me tornar uma educadora STEAM certificada.
Qual o nome do congresso que participou em Portugal? O que foi debatido por lá?
Participei da Primeira Conferência Internacional de Formação Contínua de Professores. O tema do evento foi Inclusão e Equidade.
O que participar desse congresso significou para você?
Ir para este Congresso foi um divisor de águas para mim. Foi uma viagem rápida e cheia de significados, pelas pessoas que conheci e por possibilidades na área profissional assim como alçar voos maiores.
Como acredita que isso possa motivar meninas que sonham em percorrer o caminho da ciência?
Eu diria que "o que é teu, te acha"! O sol brilha para todos, e o que tiver que ser seu, será. Basta você ir e tentar, que as coisas acontecem. Se não conseguir, tente de novo. É focar no que você quer e lutar parar dar certo.